Convivência na saúde mental: vinculação territorial na clínica psicossocial

Autores

  • Lucas Fernando Ponce Meireles
  • Filipe Willadino Braga

Palavras-chave:

Serviços de Saúde Mental, Saúde mental; Serviços de saúde mental; Covid-19., Saúde Mental.

Resumo

Objetivo: Explorar a convivência na Saúde Mental e seus efeitos psicossociais e terapêuticos como estratégia através da vinculação territorial, formação de redes de apoio, e implicações na vida dos usuários. Metodologia: Revisão teórico-narrativa, selecionando artigos por meio de termos e buscadores booleanos em base de dados e literatura clássica do acervo próprio. Resultados: O tratamento histórico da loucura no Brasil privilegiou o isolamento social como medida de tratamento gerando exclusão social. O território em Saúde Mental é a superação do espaço físico para um espaço qualificado pelo sujeito como produto das relações que se estabelecem dentro daquele contexto, ressignificando como espaços terapêuticos de autonomia, inserção e emancipação. A convivência constitui-se como a interação com outros sujeitos que experienciam e trocam momentos e vivências formando uma rede de conexões servindo como uma reação contrária e estruturante do sujeito a essa ótica excludente produtora da loucura. Conclusão: A convivência pode apresentar-se como um importante recurso para promoção de saúde mental aos usuários, mas deve-se adotar uma abordagem horizontal e não institucionalizado nas relações sociais, considerando que nem toda convivência é terapêutica por si só.

 

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Arquivos adicionais

Publicado

2024-08-30

Como Citar

Fernando Ponce Meireles, L., & Willadino Braga, F. . (2024). Convivência na saúde mental: vinculação territorial na clínica psicossocial. Health Residencies Journal, 5(25). Recuperado de https://hrj.emnuvens.com.br/hrj/article/view/1060