Convivência na saúde mental: vinculação territorial na clínica psicossocial

Autores

  • Lucas Fernando Ponce Meireles
  • Filipe Willadino Braga

Palavras-chave:

Serviços de Saúde Mental, Saúde mental; Serviços de saúde mental; Covid-19., Saúde Mental.

Resumo

Objetivo: Explorar a convivência na Saúde Mental e seus efeitos psicossociais e terapêuticos como estratégia através da vinculação territorial, formação de redes de apoio, e implicações na vida dos usuários. Metodologia: Revisão teórico-narrativa, selecionando artigos por meio de termos e buscadores booleanos em base de dados e literatura clássica do acervo próprio. Resultados: O tratamento histórico da loucura no Brasil privilegiou o isolamento social como medida de tratamento gerando exclusão social. O território em Saúde Mental é a superação do espaço físico para um espaço qualificado pelo sujeito como produto das relações que se estabelecem dentro daquele contexto, ressignificando como espaços terapêuticos de autonomia, inserção e emancipação. A convivência constitui-se como a interação com outros sujeitos que experienciam e trocam momentos e vivências formando uma rede de conexões servindo como uma reação contrária e estruturante do sujeito a essa ótica excludente produtora da loucura. Conclusão: A convivência pode apresentar-se como um importante recurso para promoção de saúde mental aos usuários, mas deve-se adotar uma abordagem horizontal e não institucionalizado nas relações sociais, considerando que nem toda convivência é terapêutica por si só.

 

Referências

Pandemia de COVID-19 desencadeia aumento de 25% na prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo - OPAS/OMS | Organização Pan-Americana da Saúde [Internet]. www.paho.org. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/2-3-2022-pandemia-covid-19-desencadeia-aumento-25-na-prevalencia-ansiedade-e-depressao-em#:~:text=2%20de%20mar%C3%A7o%20de%202022

Nardi AE, Neto AG de AA, Abdo C, Souza FG de M e, Rohde LA. O impacto da pandemia na saúde mental. In: Guia de Saúde Mental Pós-Pandemia no Brasil. 2020. p. 14–20.

Meirelles TV da S, Teixeira MB. Fatores estressores e protetores da pandemia da Covid-19 na saúde mental da população mundial: uma revisão integrativa. Saúde em Debate. 2021 Dec;45(2):156–70.

Nabuco G, de Oliveira MHPP, Afonso MPD. O impacto da pandemia pela COVID-19 na saúde mental: qual é o papel da Atenção Primária à Saúde? Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2020 Sep 18;15(42):1–11. https://doi.org/10.5712/rbmfc15(42)2532

Brasil. Cadernos de Atenção Básica, no34: Saúde Mental. Vol. 34. Brasília - DF: Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde; 2013. 1–173 p.

Borges RF, Luzio CA. Pesquisa qualitativa em saúde mental: alguns apontamentos R. Revista de Psicologia da UNESP. 2010;9(1):14–23.

Paulilo MAS. A Pesquisa Qualitativa e a história de vida. Serviços Social em Revista. 1999;2(1):135–48.

Teixeira IAC, Pádua KC. Virtualidades e alcances da entrevista Narrativa. In: Anais do II Congresso Internacional de Pesquisa (Auto) Biográfica. 2006. p. 1–23.

Bauer MW, Gaskell G. Capítulo 4: Entrevista Narrativa. In: Pesquisa Qualitativa com Texto, Imagem e Som: Um Manual Prático. 7th ed. 2008. p. 90–113.

Brizola J, Fantin N. Revisão da Literatura e Revisão Sistemática da Literatura. RELVA. 2016;3(2):23–39. https://doi.org/10.30681/relva.v3i2.1738

Gonçalves M de S. Os primórdios da Psiquiatria no Brasil; o Hospício Pedro II, as casas de saúde particulares e seus pressupostos epistemológicos (1850 a 1880). Revista Brasileira de História e Ciência. 2013;6(1):60–77. https://doi.org/10.53727/rbhc.v6i1.245

Oda AMGR, Dalgalarrondo P. O início da assistência aos alienados no Brasil ou importância e necessidade de estudar a história da psiquiatria. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental ano VII. 2004;1:128–41. https://doi.org/10.1590/1415-47142004001012

Oliveira DI, Alencar FC, Reis LC, Viana MFB, de Oliveira ARC. Reforma Psiquiátrica Brasileira e suas Influências Europeias e Norte Americanas. Revista AMAzônica. 2020;XXV(2):333–54.

Yasui S. Conhecendo as origens da reforma psiquiátrica brasileira: as experiências francesa e italiana. História, Ciências, Saúde. 2011;18(2):585–9. https://doi.org/10.1590/S0104-59702011000200016

Amarante P. A Trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil. In: Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. 1995.

Hirdes A. A reforma psiquiátrica no Brasil - uma (re) visão. Cien Saude Colet. 2009;14(1):297–305. https://doi.org/10.1590/S1413-81232009000100036

Lüchmann LHH, Rodrigues J. O movimento antimanicomial no Brasil. Ciência e Saúde Coletiva. 2007;12(2):399–407. https://doi.org/10.1590/S1413-81232007000200016

Amarante P. Uma Aventura no Manicômio: A trajetória de Franco Basaglia. Manguinhos. 1994;1(1):61–3. https://doi.org/10.1590/S0104-59701994000100006

de Alverga AR, Dimenstein M. A reforma psiquiátrica e os desafios na desinstitucionalização da loucura. Interface - Comunic, Saúde, Educ. 2006;10(20):299–316. https://doi.org/10.1590/S1414-32832006000200003

Lancetti A. Conversa com Domiciano Siqueira sobre redução de danos. In: Clínica Peripatética. 2006. p. 53–76.

Lancetti A. Fontes da Clínica Peripatética; Caps: Burocracia e Turbinação. In: Clínica Peripatética. 2006. p. 19–52.

Furtado JP, Oda WY, da Costa Borysow I, Kapp S. A concepção de território na Saúde Mental. Cad Saude Publica. 2016;32(9). https://doi.org/10.1590/0102-311X00059116

Monken M, Barcellos C. O Território na Promoção e Vigilância em Saúde. In: O Território e o Processo de Saúde-Doença. 2007. p. 177–224.

da Silva AB, de Pinho LB. Território e saúde mental: contribuições conceituais da geografia para o campo psicossocial. Revista Enfermagem. 2015 May 1;23(3):420–4. https://doi.org/10.12957/reuerj.2015.10091

Macerata I, Soares JGN, Ramos JFC. Apoio como cuidado de territórios existenciais: Atenção básica e a rua. Interface: Comunicação, Saúde e Educação. 2014;18(1):919–30. https://doi.org/10.1590/1807-57622013.0210

de Faria RM, Bortolozzi A. Espaço, Território e Saúde: Contribuições de Milton Santos para o tema da Geografia da Saúde no Brasil. Revista RA’EGA - O Espaço Geográfico em Análise. 2009;(17):31–41. http://dx.doi.org/10.5380/raega.v17i0.11995

Souza EA, Pedon NR. Território e Identidade. Revista Eletrônica da Associação dos Geógrafos Brasileiros - Seção Três Lagoas. 2007;1(6):126–48.

Pieretti AC de S, Vieira VB. O que podemos aprender com a reforma psiquiátrica italiana? Observações de uma residente brasileira em Trieste. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental. 2022;14(40):30–52.

Ferro LF. Grupo de convivência em saúde mental: intersetorialidade e trabalho em rede. Caderno de Terapia Ocupacional UFSCar. 2015;23(3):485–98. https://doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0558

Resende T de IM. Eis me aqui: a convivência como dispositivo de cuidado no campo da saúde mental [Doutorado]. [Brasília]: Universidade de Brasília; 2015.

López MV. O Conceito de Experiência em Michel Foucault. Revista Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul. 2011;19(2):42–55. https://doi.org/10.17058/rea.v19i2.2367

Chignola S. Sobre o dispositivo: Foucault, Agamben, Deleuze. Caderno IHU Ideias. 2014;12(214):5–20.

Pacheco JG. Arte e Convivência: uma Experiência de Construção do Cuidado em um Serviço de Saúde Mental. In: Psicologia & Cultura: Teoria, Pesquisa e Prática Profissional. São Paulo; 2021. p. 351–88.

Paladino L, Amarante PD de C. A dimensão espacial e o lugar da loucura: por uma cidade aberta. Ciencia e Saude Coletiva. 2022;27(1):7–16. https://doi.org/10.1590/1413-81232022271.19852021

Arquivos adicionais

Publicado

2024-08-30

Como Citar

Fernando Ponce Meireles, L., & Willadino Braga, F. . (2024). Convivência na saúde mental: vinculação territorial na clínica psicossocial. Health Residencies Journal - HRJ, 5(25). Recuperado de https://hrj.emnuvens.com.br/hrj/article/view/1060