Dificuldades fonoaudiológicas autorrelatadas por pessoas idosas em uma Unidade Básica de Saúde: análise das dimensões comunicação, deglutição, audição e cognição
DOI:
https://doi.org/10.51723/hrj.v6i31.1192Palavras-chave:
Envelhecimento, Acesso à Atenção Primária, Fonoaudiologia, Idosos, Unidade Básica de SaúdeResumo
Objetivo: identificar o perfil sócio-clínico-funcional relacionado a dificuldades fonoaudiológicas autorrelatadas por idosos atendidos em uma Unidade Básica de Saúde do Distrito Federal. Método: estudo transversal observacional, com amostragem não probabilística por conveniência, realizado com 62 indivíduos idosos de ambos os sexos. Utilizou-se um questionário estruturado, desenvolvido pelos pesquisadores, abordando possíveis dificuldades fonoaudiológicas relacionadas ao envelhecimento. Resultados: entre os participantes, 75,8% nunca haviam recebido atendimento fonoaudiológico. Dentre os que já haviam sido atendidos, 73,3% procuraram o serviço por questões auditivas, enquanto 13,7% relataram demandas relacionadas à linguagem e outros 13,7% à deglutição. Conclusão: a maioria dos idosos não teve acesso prévio a acompanhamento fonoaudiológico, evidenciando uma lacuna na atenção a essa área dentro da atenção primária à saúde. A predominância de queixas auditivas aponta para a necessidade de maior atenção à presbiacusia, condição comum no envelhecimento e com impacto significativo na qualidade de vida e na interação social. Os dados reforçam a importância de capacitar as equipes de saúde para reconhecer e encaminhar adequadamente os idosos com necessidades fonoaudiológicas, promovendo um cuidado integral e humanizado.
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