Atenção primária e Centro Obstétrico da Região de Saúde Oeste do Distrito Federal: desdobramentos de um breve diagnóstico situacional.
DOI:
https://doi.org/10.51723/hrj.v6i29.627Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Assistência Hospitalar, Continuidade da Assistência ao Paciente, Maternidades, Salas de PartoResumo
Introdução: A atenção primária é a porta de entrada para o SUS e é responsável por construir o vínculo e a longitudinalidade do cuidado com os usuários, independente da sua condição de saúde. A saúde da mulher, como linha de cuidado, perpassa não só o nível primário, mas toda a rede de atenção à saúde, como as policlínicas, hospitais, centros de diagnóstico e imagem e maternidades. Nesse sentido, uma mulher gestante deve ser acompanhada durante toda a gestação e após o nascimento do bebê, por meio do pré-natal, realizado na Unidade Básica de Saúde (UBS), e do parto e puerpério, realizado nos Centros Obstétricos (CO) e Maternidades. Neste relato, apresento os desdobramentos de um breve diagnóstico situacional realizado na região de saúde Oeste do Distrito Federal (DF), a partir da assistência prestada nas UBS’s e da assistência prestada no Centro Obstétrico e Maternidade do Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Objetivo: Explanar como a relação entre a atenção primária e atenção hospitalar afetam o atendimento às gestantes, parturientes e puérperas da região de saúde Oeste e qual o impacto desse atendimento na assistência prestada antes, durante e após o parto. Método: Trata-se de um relato de experiência a partir de um breve diagnóstico situacional realizado com base na experiência de 32 usuárias inseridas nos espaços do CO e da Maternidade do HRC, bem como com as gerências da Atenção Primária e do Centro Obstétrico, no mês de novembro de 2020. Para as gestantes, parturientes e puérperas foi aplicado um formulário que tinha como objetivo relatar sua experiência enquanto usuária da Atenção Primária e da Assistência Hospitalar. Para as gerências foram realizados debates entre a gestão de cada nível de atenção para identificar os gargalos de suas equipes, como que isso afetava o atendimento e quais ações poderiam ser realizadas. Resultados: Entre os principais achados deste diagnóstico, destacam-se: ausência de preenchimento da caderneta da gestante pela UBS de referência, percepção da fragilidade na prática da humanização no cuidado; ausência de profissionais médicos e de ações de educação em saúde durante o pré-natal;utilização duplicada de insumos por falta de registros de informação; e ausência de integração entre a Atenção Primária e a Assistência Hospitalar, divergindo do princípio da longitudinalidade do cuidado. Como encaminhamento, após a consolidação dos achados, foram realizadas reuniões para discussão dos resultados e levantamento de ações a realizar. Tanto a gerência do CO e Maternidade do HRC quanto a gerência da Atenção Primária elencaram pontos necessários e urgentes a intervir, cada uma em seu nível de atenção, fomentando o cumprimento de ações resolutivas e um melhor planejamento em saúde. Conclusão: Estes resultados revelaram que as ações realizadas na atenção primária, ou a ausência delas, impactam diretamente no cuidado prestado na assistência hospitalar. A ausência do registro de informações pode causar erros durante o processo assistencial. A atenção para a longitudinalidade do cuidado é uma premissa básica para o fortalecimento do SUS e a melhoria na assistência prestada aos usuários em qualquer nível de atenção.
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Juliana Marques Nogueira Mendonça

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e desenvolvam seu trabalho, mesmo comercialmente, desde que atribuam crédito à revista pela criação original.