Ação de Territorialização da Vila São José em Vicente Pires - (Região de Saúde Sudoeste): Um Relato de Experiência
DOI:
https://doi.org/10.51723/hrj.v6i29.659Palavras-chave:
censo de população, territorialização da atenção primáriaResumo
Introdução: De acordo com a Portaria nº 77/2017, territorialização é uma estratégia de definição da cobertura da atuação dos serviços, possibilitando adequação da assistência ao perfil da população. A população adscrita refere-se à população residente no território de abrangência da Unidade Básica de Saúde (UBS), sendo de responsabilidade de cada equipe realizar o cadastramento dos residentes da área. Objetivo: relatar a experiência de estudantes do estágio curricular supervisionado frente ao processo de territorialização de uma equipe de saúde da família. Método: relato de experiência realizado na equipe cinza da UBS 1 de Vicente Pires, da região de saúde sudoeste SUS DF. Para a ação foram acionados os estudantes da ESCS e UnB, NASF, professores, dentista, equipe de enfermagem e ACS. Na etapa de planejamento foram montados “kit’s” com as fichas de cadastramento territorial e individual. Também foi confeccionado um folder com a data, horário, as ruas que seriam cadastradas e documentos necessários para o cadastramento, que foi divulgado através do WhatsApp. A segunda etapa foi o cadastramento dos lotes e famílias do território. A estratégia se deu a partir da montagem de grupos, formados por estagiários e profissionais de saúde da unidade, que posteriormente foram distribuídos em cada rua. Durante a avaliação, percebemos que deveríamos ter distribuído melhor as pessoas envolvidas, visando alcançar mais ruas. Observamos que a falta de mapeamento da área interfere na assistência prestada pois gera atrito entre equipes. Resultados: em três dias de ação, foram cadastradas 180 famílias, sendo 631 cadastros individuais. Apesar desse quantitativo, encontramos como barreira a recusa do atendimento, visto que em muitas residências observamos a presença do morador, mas ele não saía ao ser chamado. Outra vezes, os moradores se encontravam no trabalho. Para nós, enquanto estudantes, o cadastramento proporcionou uma aproximação da população que atendemos, entendendo as reais necessidades do público e quais as dificuldades enfrentadas. Ademais, a ação também nos instigou a refletir a respeito da discrepância existente entre a população da região, refletindo uma desigualdade presente em todo país. Para exemplificar, em uma rua visitamos uma casa com mais de 20 cômodos e 5 moradores, e na outra cadastramos uma família composta por 4 pessoas, sustentadas por apenas 1 salário mínimo, morando em uma casa com 2 cômodos. A partir disso, nos sentimos mais capacitados para montar planos de cuidados que poderão ser alcançados com mais facilidade pelo paciente. Ademais, ter mais clareza da área de abrangência da equipe, evita situações em que o paciente é assistido pela equipe errada. Foi importante para entender o papel dos diferentes membros da equipe, principalmente dos ACS, que são corresponsáveis no processo de mapeamento da sua área de atuação, visto que realizam visitas domiciliares e contribuem nas ações em saúde para a população. Conclusão: a ação foi uma iniciativa pensada para reduzir as incertezas e melhorar o entendimento sobre as necessidades do território, tendo impacto na assistência, a territorialização deve ser utilizada como elemento potencializador no processo de planejamento e ações de saúde.
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