Análise epidemiológica da Dengue no sul do Brasil: 2014 a 2024
DOI:
https://doi.org/10.51723/hrj.v5i26.1127Palavras-chave:
Dengue, Aedes, Sorogrupo, EpidemiologiaResumo
Objetivo: a dengue é uma arbovirose transmitida através do Aedes aegypti contaminado com o vírus da doença (DENV), é caracterizada por manifestações sistêmicas e afeta, principalmente, países tropicais como o Brasil. Este estudo visa avaliar a epidemiologia das notificações da Dengue na Região Sul do Brasil, no período 2014 a 2024, quanto a questões pessoais e da doença. Método: utilizou-se uma abordagem observacional e ecológica com dados do DATASUS. Foram coletadas informações sobre raça, sexo, sorotipo, evolução, hospitalização e origem dos casos. A análise estatística foi realizada com Microsoft Excel, utilizando ANOVA e Tukey (IC 95%). Resultados: observou-se um total de 2.424.852 notificações, com predominância da raça branca (73,52%) e do sexo feminino (54,1%). A maioria dos casos (61,61%) foi autóctone, e 48,77% foram confirmados por diagnóstico clínico-epidemiológico. A maioria dos sorotipos não foi notificada (97,5%), com DENV 1 representando 1,9% do total. A evolução dos casos foi positiva, com 78,26% dos pacientes curados e apenas 3,2% necessitando de hospitalização. Verificou-se que apenas o Rio Grande do Sul notificou um caso de Febre Hemorrágica da Dengue. A maioria das notificações (82,56%) não foi especificamente classificada. Conclusões: dos casos analisados, as características mais afetadas são o sexo feminino e a raça branca. Em relação ao diagnóstico da doença, o clínico-epidemiológico superou o diagnóstico laboratorial com 48,77%. Os casos autóctones foram predominantes, junto com a não hospitalização e a evolução dos casos para cura, além disso, os sorotipos não notificados se sobressaíram.
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